Trabalhamos com revisão de texto há cinco anos. Revisamos monografias, teses, dissertações, livros, anúncios publicitários, redações de vestibulares (atuamos em 2013 no processo de correção de redações do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)) e também prestamos serviços de revisão para órgãos públicos.
Obs: possuímos CNPJ, atestado de capacitação técnica, emitimos nota fiscal e, também, temos registro no CNPq.
Utilizo uma ferramenta no Word, durante o processo de Revisão de Texto, que facilita bastante o serviço. Essa ferramenta pode ser utilizada tanto por revisores como por pesquisadores em relação ao processo de redação textual.
Inconscientemente, quando escrevemos, deixamos algumas marcas de nossas falhas subjetivas no texto. Às vezes, em virtude de concentrarmos muito de nosso tempo à pesquisa, esquecemo-nos de alguns detalhes, o que é extremamente normal, e alguns recursos de editores de textos podem nos ajudar bastante.
Há uma ferramenta de busca no Word que permite localizar desde a ocorrência de uma ou várias palavras no texto e também a ocorrência de frases e parágrafos.
Nesse sentido, no processo de redação, pode ser que um trecho já tenha sido mencionado no texto pelo autor e que o Revisor (ou mesmo o autor), ao (re)ler o texto, tenha um dè já vu a respeito de determinado período ou que perceba o uso excessivo de determinado vocábulo.
Embora nenhum texto tenha padrões absolutos e, contemporaneamente, os gêneros textuais sejam ditos híbridos (ou seja, possuam características variáveis, que se mesclam com outros gêneros, especialmente no caso de textos digitais), há características estáveis para definir alguns gêneros, especialmente os acadêmicos: artigo científico, trabalho de conclusão de curso ou monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado.
(Des)Construção de textos acadêmicos
A redação acadêmica deve ser orientada a essas características. Além disso, é preciso que o pesquisador se desvincule do pensamento decoreba oriundo do ensino de Língua Portuguesa na escola, que concebe o texto “quadradinho”, e regido, inflexivelmente, por um conjunto de regras, dadas por uma fórmula mágica misteriosa, muito além da incompreendida e idealizada gramática normativa.
O que isso significa? Grosso modo, que você não é, como pesquisador, um estudante de ensino fundamental ou médio. Portanto, deve, também, compreender o texto acadêmico “fora da caixinha”. Saiba que há muitas “mentirinhas” contadas na escola que limitam o nosso pensamento na pós-graduação. E muitas destas referem-se a questões linguísticas e ao universo textual.
Conheça o meu canal no Youtube: ESCREVER E VIVER
Conheça o meu canal, para começar a compreender o que quero dizer. Tenho vários vídeos desconstruindo o conhecimento que está internalizado, erroneamente, em sua mente, a respeito de textos, especialmente textos acadêmicos:
Pessoas do discurso em textos acadêmicos
Deve-se utilizar, em textos acadêmicos, linguagem formal. Alguns departamentos, instituições e áreas científicas condenam o uso de primeira pessoa do singular (eu). Em outros(as), isso é aceito; o que se alinha a uma dita virada cultural nos estudos científicos de humanas, no século XX, oriundos de estudos em sociologia e antropologia.
Linguística textual
Há estudos científicos, desenvolvidos por cientistas (linguistas) para compreensão do texto. Assim, como cientista, não busque amparo nas aulas de redação da “Tia” da quinta série (lamento informar). Respeite a comunidade científica e aqueles que, assim como você, fazem ciência.
Não faça conclusões infundadas sobre texto/língua, com base em sua área científica de estudo (a não ser que você seja, também, um linguista). Caso contrário, é importante deixar o ego de lado, e dar, nesse caso, ouvidos aos seus colegas cientistas; você não sabe de tudo. Prestigie cada área de conhecimento cientificamente.
Portanto, incorpore à sua pesquisa/texto as discussões trazidas pela comunidade de linguistas. Metade do conhecimento que você aprendeu na escola (ou mais), em relação a textos, é inútil e não irá ajudá-lo a redigir textos acadêmicos. Nesse sentido, o caminho do texto acadêmico é, também, o “caminho das pedras” e deve se alinha à ciência.
Estilo e redação acadêmica
Atenha-se ao seu estilo de redação. Não considere a máxima que vigora no inconsciente do brasileiro de que cada autor tem estilo de escrita próprio e que este não deve ser alterado. Isso não deve ser compreendido, inflexivelmente, dessa maneira. O estilo deve considerar o contexto, a linguagem e as características do gênero.
Há pesquisadores que, estilisticamente falando, redigem textos acadêmicos inadequados e com construções muito informais (às vezes, as críticas do seu orientador se referem ao estilo e não, especificamente, à ortografia ou gramática do texto; e, talvez, nem você nem o orientador saibam disso).
Na verdade, a redação acadêmica é mais objetiva, técnica, não há, nesse momento, tanto espaço para tratar desse assunto. Acho que essa discussão é mais possível em textos literários do que acadêmicos. Mas isso não significa que textos acadêmicos devem ser compreendidos rigida e inflexivelmente.
Nem tudo é permitido
Não seja levado pela onda do discurso pós-moderno/ moderno tardio ou líquido, que banaliza o conhecimento, e, inclusive, o texto e a língua(gem). A redação acadêmica deve buscar o rigor científico, a objetividade. Embora todo texto seja subjetivo, eu quero dizer com isso que, como pesquisador, você deve se afastar de excessos e deve orientar a sua pesquisa não à sua opinião, mas à filosofia, à lógica, aos métodos e aos teóricos de sua área de investigação.
10 Dicas para redação de textos acadêmicos
Evite excessos e períodos longos;
seja objetivo e pense o seu objeto de estudo cientificamente;
afaste-se, argumentativamente falando, do senso comum;
seja simples, especialmente se você não tiver muita habilidade em relação à escrita;
fundamente o conteúdo de seu texto em autores consagrados em sua área: clássicos e contemporâneos;
amarre, ao longo de seu texto, hipótese ou problema a objetivos e justificativa;
se apresentar algum questionamento de pesquisa, necessariamente, responda-o na seção de considerações finais;
evite “emenda” uma oração em outra por meio de gerúndio;
organize as suas ideias no texto por meio de ponto final;
o seu texto não é a pesquisa; não se refira ao texto como pesquisa: “nesta pesquisa” (o ideal é “nesta dissertação”, “nesta tese”).